25
Jan 10

Wlademir Dias-Pino: enciclopédia visual

Semana retrasada lançamos o site Enciclopédia Visual dedicado à obra de Wlademir Dias-Pino, e neste espaço se encontra a sua produção em poesia, design, ilustrações e textos teóricos escritos por ele e por críticos de sua obra.
Assim como o site Poema Processo a realização é do grupo PLACE coordenado por Rogério Camara. O trabalho obteve apoio do CNPq e contou com a participação de Hugo Cristo, Priscilla Martins, Lívia Rimolo e Ivan Cosenza.


30
Apr 08

Laerte II

Laerte_FSP 199?

14
Mar 08

a dura poesia concreta numa esquina de vitória

Giacomin, Rogério Camara, Vitória, ES, 2003

Emoldurada do céu que tende à grandeza do infinito e encarcerada entre postes, fios, gatos, alhos e bugalhos. Do ambulante que faz das laterais dessa parede sua vitrine. O vão evidente e o concreto aparente emprestando a forma mutável da reformável legis de uma inscrição urbana.

O que a antropogeografia mostra, são sucessivos desgastes de energias na busca de novos padrões. Formas ainda rígidas, de projetar, construir, organizar e vivificar a cidade.

Estabelece-se o fluxo, o afluxo. Dividem-se setores para atividades as mais diversas e avança-se na descoberta de novos materiais que não só revolucionam o processo de construção, como a cada momento transformam a maneira do empilhamento dessa massa supostamente amorfa que deveria dar vida, cor, movimento e geração de atividades em cadeia a essa urbe que, pensada dessa maneira, não passa da estabelecida e fria projeção de Mercator, onde linhas retas possuem intervalos fixos sem adaptatividade ou interferência. Talvez se possa arriscar, ignorantemente, a marcar tal teoria como uma vertente geratriz do discurso do fluxo, do entrever, do devir, da deriva e da virtualidade, dando, ao espectro criador, um sentido ilimitado de perpetuidade.

A cidade caminha e é adaptada pelo seu vivente. Esse objeto humano age, corrói, se aglomera, pratica a mercancia, trafica, mete medo, constrói entre, forma novas estruturas de abrigo e rompe como uma geóclase. Tudo o que não pode ser visto, mas que acaba comandando uma nova ordem de discurso social, compondo esse novo puzzle do inevitável que engolfa e recria a receita projetada sem o saber dos arquitetos, que se digladiam solitariamente a cada imposição de mudança.

Equação mais difícil e intricada, pois a cidade é essencialmente produtora de vazios. Já o ninguém, não produz vazios, nem silêncios. Ele forma a turgescência que faz pensar novamente a cidade, a textura da urbanicidade.