“Eis agora a questão fundamental de qualquer atlas: de que é que se deve traçar um mapa? Resposta evidente: dos seres, dos corpos, das coisas… que não conseguimos conceber de outro modo. Porque é que, com efeito, nunca desenhamos as órbitas dos planetas, por exemplo? Uma lei universal prevê as suas posições: de que é que nos serviria um roteiro neste caso de movimentos e situações previsíveis? Basta deduzi-los da lei. Pelo contrário, não há qualquer regra que prescreva o recorte dos rios, o relevo das paisagens, a planta da aldeia onde nascemos, o perfil do nariz ou a impressão digital do polegar…Aí estão singularidades, identidades e indivíduos, infinitamente afastados de qualquer lei.” (Michel Serres. Atlas)
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