Integra o novo Conjunto Cultural da República, recentemente construído no Eixo Monumental em Brasília, uma Biblioteca intitulada Nacional. Sobre a possível constituição de seu acervo já se especulou muitas coisas, inclusive a transferência integral do acervo da velha Biblioteca Nacional do Rio.A naturalidade da ação derivaria do fato do Rio não ser mais capital, portanto uma Biblioteca Nacional não caberia por essas terras. Algo que pode parecer lógico para uma trupe que nos impõe a construção de um prédio público sem função e destino. A transferência do acervo obviamente não decolou.
O conjunto, que além da Biblioteca conta com um Museu também Nacional, foi viabilizado no governo Roriz sob o pretexto de concluir a construção da cidade. Como se uma cidade pudesse ser concluída antes de sua morte. Brasília seria então nascida do desejo de um presidente, criada pelo ímpeto de um arquiteto e finalizada pelo desvario de um governador. Pressupõe-se que seus habitantes nada têm a dizer e não se inscrevem naquela cidade.
Tive oportunidade de conhecer a Biblioteca no início deste mês quando convidado a participar da exposição OBRANOME II no Museu Nacional, que compõe o mesmo núcleo cultural.
Fui até a Biblioteca para ver uma exposição com poemas de Reynaldo Jardim integrante da Iª Bienal Internacional de Poesia de Brasília. A exposição ocorria no 3º andar o único com algum evento (somente a exposição) e pessoas (alunos de escola pública, imputados a preencher eventos culturais, que passeavam no elevador). Os outros andares (são quatro) estavam totalmente vazios. Um funcionário na portaria justificou dizendo que o prédio “ainda não pegou” (??!!). Discute-se agora a possibilidade da Biblioteca se constituir como virtual. Que bom, poderemos ficar em casa ou além.